Um projeto de manejo florestal aprimorado aplicado no norte da Califórnia é o primeiro a ser registrado para uso no programa de comércio de emissões do estado, se tornando apto a emitir créditos para compensar a liberação de gases do efeito estufa de entidades abrangidas pelo sistema.
O projeto da Tribo Yurok e da empresa New Forests gerará 704.520 mil créditos de compensação em uma área de 7.660 hectares de floresta, um misto de abeto de Douglas e outras árvores lenhosas. Através da iniciativa, a tribo se comprometeu a manter os atuais estoques de carbono e manejar a floresta para aumentar o sequestro de carbono e a produção sustentável de madeira.
O projeto também se dedicará à recuperação dos recursos hídricos da região, a melhorar a diversidade florestal e a reduzir a erosão que prejudica as populações de salmão.
“Essa parceria fornecerá os meios para que a tribo melhore a biodiversidade, acelere a restauração dos mananciais de água e aumente a abundância de recursos importantes, como nozes, frutas e centenas de plantas medicinais que prosperam em um ecossistema florestal totalmente funcional”, comemorou Thomas P. O’Rourke, presidente do conselho da tribo Yurok.
A New Forests forneceu o financiamento e gerenciou todos os aspectos da elaboração do projeto, além de conduzir a venda dos créditos.
“Esta é a primeira vez que um mercado regulado de compensação de carbono criou incentivo financeiro para deixar uma árvore em pé”, enfatizou Brian Shillinglaw, diretor associado da empresa.
Cap and trade
Atualmente, o esquema de comércio de emissões (cap-and-trade) da Califórnia cobre 600 instalações industriais e usinas de energia, somando 85% das emissões do estado. Ainda são fornecidas 90% das permissões de emissões (CCAs) de forma gratuita, para que os grandes poluidores tenham tempo de se adaptar às reduções de CO2. A cada ano, o limite será diminuído, para atingir 15% nas reduções de emissões até 2020.
As empresas cujas emissões são reguladas pelo programa podem usar as compensações para cumprir até 8% dos seus compromissos.
O ARB atualmente aceita quatro tipos de projetos para a compensação das emissões: manejo florestal, florestas urbanas, biodigestores em laticínios e destruição de SDO.
Em setembro, os primeiros créditos de compensação elegíveis para uso no esquema foram registrados. As unidades eram referentes a projetos de redução de substâncias que destroem a camada de ozônio (SDOs), que também são potentes gases do efeito estufa. Essas substâncias são utilizadas em refrigeradores e como agentes expansores na fabricação de espumas de poliuretano.
(Fonte: Instituto Carbono Brasil)